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sábado, 26 de fevereiro de 2011

TILLANDSIA USNEÓIDES

 Nome Científico: Usneoides Tillandsiae
 Nome Popular: Barba-de-velho, barba-de-pau, camambaia
 Família: Bromeliaceae
 Divisão: Tillandsias
 Origem: Américas do Sul e do Norte
 Ciclo de Vida: Perene
 Por: Rômulo Cavalcanti Braga

Tillandsia Usneóides popularmente conhecida por Barba de Velho, Barba de Pau, Camambaia e Musgo Espanhol – Planta perene, completamente desprovida de raízes, vivendo apoiada em galhos de árvores. Suas folhas lineares, acinzentadas e cobertas de escamas cobrem os galhos das árvores, agarrando-se por meio de suas pontas recurvadas. Floresce raramente, reproduz-se principalmente por crescimento vegetativo. Ocorre desde o Sul dos Estados Unidos até a Argentina, sendo muito freqüente no Brasil. Propaga-se tanto vegetativamente como por sementes. É uma espécie extremamente vigorosa, resistente, pendente, com folhas finas e alongadas que formam extensos fios, que se distribuem por todo forófito, formando verdadeiras “cortinas”. Aparecem em abundância devido ao seu método de proliferação: pedaços quebrados são espalhados pelo vento e pelos pássaros que os utilizam em seus ninhos e se fixam em outros galhos e daí crescem. É uma epífita atmosférica extrema, encontradas principalmente em ambientes úmidos e nas matas ciliares. Suas flores são muito reduzidas – diminutos pontos pretos, dificultando sua observação, principalmente devido ao emaranhado que estes exemplares formam. A semelhança com o Líquen Usnea sp, levou a sua denominação especifica de Usneóides e a ainda ao mesmo nome popular. Não necessita de tratos culturais, pois retira todos os nutrientes de que necessita da atmosfera. Faz-se necessário regá-las abundantemente com água pura em dias alternados para que ela cresça mais rapidamente. Atualmente vêm sendo muito utilizas em Paisagismo, Arranjos e Floriculturas. Pouca gente sabe que ela possui propriedades medicinais, sendo utilizada, no sul dos Estados Unidos, para aliviar sintomas de Diabetes Mellitus; outras propriedades medicinais desta planta são: antibiótica, anti-reumática, adstringente e anti-hemorroidal. Esta espécie encontra-se na lista das espécies ameaçadas de extinção do Rio Grande do Sul, e está classificada como em estado vulnerável. No início do século passado era utilizada como enchimento de colchões, travesseiros, selins, almofadas e para acondicionamento. Nos tempos antigos era usada, junto com alguma gordura, tipo manteiga de cacau, como supositório nas hemorróidas. Os índios Guarani utilizavam-se desta planta como medicinal, e sua propriedade principal era a de evitar gravidez; mas a medicina popular utiliza-a também contra o engorgitamento do fígado, no combate às hérnias, úlceras, varizes, dores e inflamações no reto, e como adstringente, colagoga e anti-reumática. Quando submetida à um banho em água fervente, desprende-se todo o tecido cortical, sobrando a parte lenhosa em forma de filamentos escuros e cilíndricos, intrincadamente enovelados. Outros usos da Barba de Velho são como ornamental ou como substrato antichoque para embalagens de produtos frágeis. Ocorre em áreas com elevada umidade atmosférica, e não suporta poluição intensa, sendo considerada bioindicadora de qualidade do ar. Transcrevo a seguir trabalho de pesquisa realizado pela CETESB: “Tillandsia Usneoides é uma Bromélia que vive em árvores ou em outros substratos inertes, absorvendo água e nutrientes diretamente do ambiente, sem apresentar raízes. Devido às suas características morfológicas e fisiológicas, esta espécie acumula os poluentes presentes na atmosfera. No presente trabalho, Tillandsia Usneoides foi usada como biomonitor de poluição atmosférica por metais em São Paulo, Brasil, que é a maior cidade da América do Sul, com uma população de cerca de 18 milhões de habitantes e uma forte atividade industrial. A área urbana é poluída por emissões industriais mas, de acordo com a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), a agência governamental de controle de qualidade do ar, emissões regulares de cerca de 7,8 milhões de veículos motores são a principal fonte de poluição do ar. As amostras de Tillandsia foram coletadas em um local considerado não poluído e foram expostas por períodos de dois meses em 10 locais da cidade com diferentes níveis de poluição, e em um local de controle. Após a exposição, os metais foram analisados na planta por análise por ativação com nêutrons e por ICP-MS (Pb, Cd, Co, Cu, Ni, Sb e V). Os resultados obtidos mostraram uma concentração notável de Co e Ni nas plantas expostas em uma área industrial, onde existe uma indústria de processamento de metal, que produz cerca de 600 ton/ano de Co e 16.000 ton/ano de Ni. Cobre e crômio se apresentaram igualmente distribuídos em regiões industriais e em locais próximos a avenidas com tráfego intenso, sugerindo que estes elementos podem ser associados tanto a fontes veiculares como industriais. O acúmulo de Cd verificado nas plantas expostas em áreas industriais indica as atividades intrópicas como a principal fonte desse elemento. Não foram identificadas fontes evidentes para o Pb, uma vez que este elemento se apresentou igualmente espalhado por todos os locais de monitoramento. Elementos ligados ao tráfego, como Zn, Ba and Sb apresentaram altas concentrações em plantas expostas em locais situados próximos a avenidas com tráfego pesado (carros, ônibus e caminhões) e podem ser associados a fontes veiculares. Para Zn, os maiores teores foram relacionados a zonas industriais, e este elemento pode ser também associado à presença de fontes de emissão antrópicas. Os elementos terras raras, Fe e Rb, provavelmente têm as partículas de solo como principal fonte”.
Obs: Não estamos fazendo aqui apologia a tratamentos fitoterápicos sem acompanhamento médico, mas tão somente buscamos mostrar o poder do ouro verde oculto em nossas matas.
Obs: Interessados na compra de exemplares desta variedade ou outras, favor solicitar Catálogo Fotográfico pelo e-mail: romulocbraga@uol.com.br

Um comentário:

  1. Olá Rômulo. Meu nome é Mariana, trabalho com Tillandsia há um tempinho e coincidentemente parei aqui para buscar imagens de T. usneoides. Gostaria de lhe fazer uma sugestão: referencie o resumo do trabalho que você citou no post, no intuito deixar uma opção de consulta para as pessoas que visitam o blog e valorizar o trabalho que você mencionou.

    FIGUEIREDO, A.M.G.; NOGUEIRA C.A., SAIKI. M. & DOMINGOS, M. 2007. Assessment of atmospheric metallic pollution in the metropolitan region of São Paulo, Brazil, employing Tillandsia usneoides L. as biomonitor. Environmental Pollution 145:279-292.

    Parabéns pelo blog, as imagens são muito bonitas!

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